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Puerpério: sobre essa tão temida fase..

Esse texto é daqueles de rasgar o coração, porque para falar sobre puerpério é expor muitos sentimentos e vivências intensas que acontecem num curto espaço de tempo.

Hoje o Levi tem 3 meses e pouquinho, já está super atento, ri com intenção e tem dormido alguns intervalos por mais tempo. Também tem mamado mais rápido, mas não fica mais fácil. Na verdade, acho que quando falamos da maternidade cada fase tem suas dores e delícias. 

Antes de engravidar, de tudo o que eu lia es pesquisava, o puerpério era o que mais me dava medo. Corta para março de 2020: um filho prematuro e uma pandemia.

O puerpério (chamado também de resguardo, ou, ironicamente, quarentena) é o período de 42 dias a 8 semanas após o nascimento do bebê. É o momento em que o corpo se adequa à nova fase, os órgãos vão para os seus lugares, os hormônios se alteram, ou seja, muita mudança interna e externa, já que agora aquela vida que antes estava dentro está fora, uma nova vida para quem pariu e para quem nasceu. É uma pressão enorme! Um bebê nas mãos e ainda lidar com toda a pressão da sociedade falando que você “nasceu para isso e já sabe tudo”, sendo que a gente sabe muito bem que a coisa não funciona assim.

Acho que eu imaginei o puerpério como um grande chefão de um jogo, sabe? Mas, na verdade, ele veio pra mim como aquele amigo que precisa te dizer uma verdades que podem doer,  mas que você precisa ouvir e assim aceitar o desconhecido. É tudo sobre dar o passo para o chão vir, não há mais certezas, é reaprender a lidar com a nova vida.

As duas primeiras horas após o parto foram as piores, chamam essa fase de “puerpério imediato”. Eu sentia contrações ainda, mas não tinha bebê dentro. Olhava para o lado, não havia berço, então não tinha bebê fora também. Demorei para conseguir assimilar as transformações físicas em mim, estava mais preocupada com a UTI, com a parte objetiva dele estar bem. Voltar para a casa sem ele, mesmo ciente de tudo o que estava acontecendo era confuso, fui conseguir pensar em amamentação dois dias depois do parto. 

Não banquei a rocha! Assim como não banco até agora. Aqui em casa teve um dia que logo depois de trocar o Levi senti uma onda tomar conta de mim, como se fosse uma TPMzona, sentei no pé da cama e chorei. Só deixei vir.

O puerpério é um convite para demolir coisas dentro da gente, excessos, certezas. Ele vem para mostrar que tudo é um processo. Não é da noite pro dia que você vai aprender a ser mãe. O resumo é: o puerpério ensina a respeitar e aceitar o desconhecido, pois a partir de agora, tudo será assim.

 

Tenho 5 dicas de atitudes que me ajudaram a passar por essa fase:

 

  • Converse

 

É preciso colocar para fora. Mesmo que nada faça sentido, falar e conversar sobre tudo isso é essencial para não virar bola de neve dentro de nós.

 

  • Seja flexível

 

Sair da zona de controle nos ajuda a encarar melhor com a rotina, não-rotina dessa nova vida. Ter flexibilidade auxilia nas adaptações.

 

  • Estar aberto ao novo

 

Não existe manual de instruções, existe a sua vida e como você encara os processos e vivências novas. 

 

  • Você não tem que lidar com tudo sozinha

 

Peça ajuda e seja a sua ajuda. Seja gentil com você.

 

  • Estamos aprendendo a viver

 

Este é o lema principal desde o começo com o Levi. Quando fui amamentá-lo pela primeira vez falei “Você está aprendendo a mamar e eu estou aprendendo a te amamentar, vamos aprender juntos”. 

Quando parimos a culpa é algo que sobrevoa a nossa vida. Este é um momento também de aprender a podar a culpa, de não deixar que ela crie forças. Lembre-se: uma mãe nasce todos os dias.

Uma mulher ex-especialista de sistemas, hoje fotógrafa, escritora, life Coach pós graduando em Psicologia Positiva, podcaster e youtuber. Casei com o meu melhor amigo barbudo, gaúcho do interior e produtor musical chamado Fábio, que quase não dá bola pra essa coisa internética e vive de chinelo no pé.

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