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Combina comigo: Rainhas da Costura

Para comemorar o Dia da Costureira que é hoje, resolvemos entrevistar duas  costureiras de sucesso, que não apenas são craques na técnica mas que encontraram  seu caminho ensinando mulheres a perderem o medo das linhas e agulhas.

Patricia Cardoso e Eliane dos Santos, do ateliê  Rainhas da Costura, ou Pat e Eli para os íntimos, coordenam aulas de costura para iniciantes no bairro de Pinheiros (São Paulo), ondem têm uma simpática escola. Elas nos contam com exclusividade como tudo começou e como é dar aulas para moças que chegam sem saber nadinha sobre máquinas e linhas – mas terminam fazendo coisas lindas com tecidos!

De quebra, a dupla garimpou no Elo7 os produtos que mais combinam com o espírito do ateliê. É lógico que são produtos feitos de tecido!

Como a costura entrou na rotina de vocês?

Pat: A costura sempre foi presente na minha vida. Minha mãe sempre costurou em casa e trabalhou por muitos anos no Mappin (quem lembra?). Minha primeira lembrança de costura é da sala de consertos e modelagens de lá. Eu era muito pequena mesmo. Depois, quando maiorzinha, minha madrinha tinha uma oficina de costura e eu passava as tardes lá, no meio de moletons e fios. Bom,chega de história. A costura entrou na minha rotina quando eu estava me formando no curso de Design Grafico. Estava um pouco cansada de ficar 100% do meu tempo no computador (em aula, no trabalho, em cursos) e decidi fazer algo que eu sempre tive curiosidade, costurar. Entrei num cursinho de bairro, depois fui fazer outros, tantos que já perdi a conta. Aprendi técnicas variadas, projetos diferentes etc.

Eli: Eu sempre costurei. Sempre gostei de manualidades, sou apaixonada pelo tear, pelo couro e por  todos os materiais que podemos alterar com nossas mãos. Costuro há bastante tempo, já tive fábrica de sapatos e trabalhei com desenvolvimento de produtos. São tantas histórias, mas quando eu era adolescente, resolvi junto com minha irmã montar uma fábrica de roupas. Sabíamos bem pouco, compramos materiais, arrumamos algumas máquinas e fomos trabalhar. Pela falta de conhecimento, falimos! Mas foi divertido, aprendemos demais com essa experiência.

Houve um momento específico em que resolveu fazer da costura a sua profissão?

Pat: Sim, houve. Em 2007 eu já estava muito, mas muito envolvida com os tecidos. Passava todo o tempo (do meu trabalho) pensando em coisas que poderia desenvolver ou em formas de como otimizar o tempo para conseguir costurar tudo. Comecei com algumas encomendas pequenas mas o volume foi crescendo. Neste mesmo ano eu saí do meu emprego para trabalhar exclusivamente para a minha marca de bolsas que hoje está parada por causa das aulas no Rainha.

Eli: Grande parte da minha vida a costura foi protagonista. Já deixei de trabalhar com a costura em si mas me meti no meio da sapataria, depois fui atuar na área da modelagem. Em todas as fases, a costura estava muito presente, até conhecer a Pat e iniciar o Rainhas da Costura.

Hoje, como vêem a costura? Mudou a relação que as pessoas tem com o ofício?

Pat: Hoje, com o ateliê aberto há dois anos vejo que as pessoas se relacionam de uma forma bonita com a costura. Veja bem, quando eu falei que iria aprender a costurar, todos, eu digo to-dos me olhavam com cara de susto e faziam piadinhas do tipo: Que coisa de velha, que menina estranha! Hoje esse pensamento é quase zero, pois recebemos muitas meninas querendo aprender a costurar. Hoje se tornou bonito e bacana fazer sua própria peça, elas colocam as fotos no facebook, linkam as pessoas para verem seus trabalhos. É um orgulho incrível

Gente que faz bonito com a costura: 1. capa para máquina, 2. clutch com fecho de vovó, 3. capa de almofada, 4. tapete de tear (porque minha sócia Eli faz e adora), 5. carteirinha, 6. porta-óculos e 7. casaco.

Como é ajudar tanta gente,  a pregar ziperes a até costurar suas p´roprias peças?

Pat e Eli: Não é um trabalho fácil nem encaramos como uma brincadeira. Passar horas dentro de um ateliê, desenvolver projetos, fazer dezenas de pilotos (que muitas vezes acabam não sendo aproveitados), desmanchar, refazer. Não é tarefa para amadores.

É um trabalho pesado mas que nos dá um retorno feliz. Vermos meninas costurando coisas para seus filhos, consertando roupas, fazendo e presenteando com acessórios, vendendo (siiim!) e até meninos que vêm aqui para aprender. Isso tudo tem um valor incrível na nossa rotina, é cansativo mas delicioso também. Recebemos e-mails com projetos das alunas meses depois, elas demonstram muito carinho com os ensinamentos e nossas dicas.

Agora falem um pouquinho dos cursos do Rainhas da Costura pra gente! Qual a maior procura?

Pat e Eli: Nosso curso mais famoso são as aulas de costura para iniciantes, ou seja, começando do zero mesmo. O módulo iniciante é voltado para quem nunca costurou nada e envolve costuras básicas e essenciais para fazer outros projetos mais elaborados. Antes de você fazer uma saia ou bermuda, vai aprender as barras e costuras embutidas, ou, antes de fazer uma necessaire, vai aprender a colocar o zíper corretamente.

Procuramos manter aulas lúdicas e divertidas, sem forçar a barra para a aluna costurar coisas muito elaboradas. Sempre falamos: vai terminar o curso fazendo uma almofada, necessaire ou outra peça nesse nível de dificuldade? Siiiim! Vai fazer um terno para seu pai? Nãaao! Somos sinceras e com o pé no chão.

Mais produção de gente talentosa: 8. chinelinhos de viagem, 9. jogo para chá, 10. kit para avião e 11. blazer lindo.

E terminamos o papo desejando um feliz Dia da Costureira para todas que acreditam no ofício e vivem esse dia a dia! Alguém aí quer começar a fazer parte deste time? A Patricia e a Eli te convidam a conhecer seus cursos!

Imagens: lojas Elo 7 e foto do ateliê por Camila Fontana para matéria da Época SP

Com antena ligada para novidades e tendências 7 dias por semana, paulistana vivendo em Ilhabela, é produtora de conteúdo criativo freelancer há seis anos, formada em Publicidade e Propaganda na ECA-USP, com especialidade em mídias digitais pela FGV. Autora do blog Colacorelinha , redatora do Blog do Elo7, gerenciadora de marcas na web e fã convicta de suculentas e sua força.

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