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A valorização do artesanato começa em você

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Quase todos os dias, recebo questionamentos e dúvidas sobre valorização e precificação do artesanato.  Frases como: “O cliente acha caro meu artesanato.” ou “Como faço para valorizar meu trabalho? “ e a clássica “Gostaria de viver somente do artesanato, mas não consigo, pois ganho muito pouco”, são comuns em minha caixa de e-mail, em  comentários na página de fãs, grupos de artesanato e nos meus cursos.

Quando penso que cada trabalho de artesanato é uma peça única, onde o profissional criativo imprime suas características, produz emoções, expressa sentimentos e materializa ideias de forma individualizada, questiono: “Alguma coisa está errada, deveria ser ao contrário, cada peça de artesanato tem um valor inestimável, pois ela é exclusiva”. Qual o por que, então, do artesanato não ser valorizado?

Basicamente, percebo que existe uma espécie de preconceito que, muitas vezes, começa no próprio artesão. É comum ouvir profissionais referindo-se ao seu produto como minhas “pecinhas” ou meus “trabalhinhos”. Ora, se o próprio criador  desvaloriza a peça, chamando de “trabalhinho”, imagine o consumidor…

 Qualidade do trabalho e Capacitação do Artesão

Um primeiro ponto fundamental na valorização do artesanato, é a qualidade do trabalho e a capacitação do profissional.

Sem capacitação, sem profissionalismo, não existe valorização. Talvez, você diga: “Eder e quem está começando, que não pode comprar DVD´s ou cursos?” Eu acredito que a internet democratiza o acesso a informação, levando o conhecimento a todas as pessoas. Se não pode investir em cursos pagos, comece pelo conteúdo gratuito disponibilizado na internet. Para isso você só precisa de VONTADE! E quando for possível, faça investimentos financeiros em sua capacitação, mas nunca – eu disse NUNCA! – deixe de se atualizar e de se capacitar.

Preço x Valor

Agora, vamos refletir sobre a questão de Preço e Valor

Primeiramente, é preciso saber que existe uma enorme diferença:

  • Preço: é o que a pessoa entrega (dinheiro)
  • Valor: é o que a pessoa recebe (percepção)

Quando, o preço é maior que o valor o sentimento gerado será “está caro”. Quando o valor é maior que o preço o sentimento será “está barato”.

Veja um exemplo, bem simples, para entender esse conceito: Uma tarde no cabeleireiro…

O que a pessoa entrega (preço): R$ 150,00

O que a pessoa recebe (valor): Autoestima, beleza, elogio de amigos etc.

Percebe?  Nesse exemplo, o valor (o que a pessoa recebeu) é maior que o preço (o que a pessoa pagou). Por isso, “não choram” para entregar os R$ 150,00 ou mais, por algumas horinhas no salão e “choram“ para pagar R$ 80,00 na peça artesanal que levou 3 dias para ser criada.

Para você saber qual o valor o cliente está percebendo em seu trabalho artesanal, é necessário conhecer suas necessidades ou seus desejos (veja esse post).

Vamos a outro exemplo:

Imagine, um profissional que trabalhe com encadernações artísticas e uma das peças de seu portfólio seja “Agenda”.

De um outro lado, temos o consumidor que está procurando uma agenda…

Se, esse consumidor, quer um “caderno para fazer anotações” (essa é a sua necessidade), vai achar caro o preço de R$ 80,00 (o que ele entrega), pois o seu valor percebido para uma agenda é “apenas um local para anotar coisa” (o que ele recebe).

Não adianta tentar vender a agenda artesanal para ele… Ele vai comprar aquela agenda da papelaria/livraria por R$ 20,00.

Agora, se esse consumidor quer mostrar para amigos o seu gosto requintado nas suas coisas pessoais (esse é o valor) ou ter um local onde irá registrar momentos especiais e únicos (valor), achará razoável e até mesmo barato o preço de R$ 80,00, pois a agenda da papelaria não irá suprir esse seu desejo.

Essa é a chave:

Entenda a necessidade/desejo de seu público e você terá clientes satisfeitos e que valorizam seu trabalho.

Todo o artesão deve compreender que a valorização começa em cada profissional, em cada atitude e forma de encarar o trabalho. Também, é fundamental buscar a capacitação e a qualificação constante e, finalmente, saber que toda a vez que ouvir “está caro”, não deve baixar o preço e sim, aumentar o valor percebido de sua peça.

E você? O que pensa sobre a valorização do artesanato? O que você faz para valorizar seu trabalho? Comente abaixo com sua opinião.

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