Por Consultoria Fato
“Artesã no Divã” é a série da Consultoria Fato que vai responder – anonimamente mas publicamente – às dúvidas dos nossos criativos. Com exemplos reais fica mais fácil ajudar a todos que querem vender suas criações! A dúvida de hoje é de uma artesã que vende muitos produtos sob encomenda e tem dificuldade de administrar a logística que esse tipo de venda exige. Confira!
“Oi, tudo bem? Meu problema já é justamente o contrário da primeira pergunta que vocês responderam aqui no blog. Gostaria de trabalhar com produtos sob encomenda mas tenho dificuldade em organizar a minha produção.
O que acontece é o seguinte: coloco em minha loja fotos dos produtos que já produzi, mas as pessoas sempre pedem alteração nas nas peças.
O resultado disso é que perco muito tempo indo aos fornecedores pesquisar preços de materiais diferentes para passar orçamento aos clientes, que muitas vezes nem chegam a concretizar a compra. Muitas vezes o cliente demora para fechar a compra e os materiais acabam na loja, é uma confusão só!
Percebo que as peças em pronta entrega são mais práticas para comercializar. Apesar disso, tenho muito prazer em fazer as peças do jeitinho que o cliente gosta! Apesar das dificuldades quero continuar fazendo peças sob encomenda. O que devo fazer?”
Este caso é justamente o contrário do post anterior, aqui a lojista prefere vender produtos sob encomenda, mesmo com as dificuldades de logística e gestão de produtos assim. Basicamente, a artesã quer gerenciar melhor sua loja, permitindo que praticidade e lucratividade caminhem juntas.
Antes de responder especificamente a essa pergunta, gostaríamos de fazer uma observação importante para todos. Quando trabalhamos com a criação e comércio, dois pontos são muito importantes: o cliente e a rentabilidade do negócio criativo.
Cliente: nosso bem mais precioso, porque é para ele que iremos vender os produtos que fabricamos com amor, carinho e dedicação.
Rentabilidade: é tudo o que nos remunera, seja financeiramente, comercialmente ou produtivamente. Portanto, é preciso equilibrar a balança entre nosso lado empreendedor, administrador e organizador do negócio com o lado criativo e emotivo. Porque todo negócio é orgânico, vivo e está sendo moldado com escolhas e decisões a cada instante.
Com relação à pergunta, sugerimos criar algumas regras para direcionar melhor a compra e o desenvolvimento do produto personalizado pelo cliente, de maneira que não atrapalhe a sua produção. Tente trabalhar com três linhas de produtos:
- Pronta entrega
- Personalizados
- Sob encomenda
1. Produtos a pronta entrega: produtos já confeccionados, que podem ser comprados imediatamente e o cliente paga um valor x.
2. Produtos personalizados: neste caso, já existe o modelo e o cliente apenas customiza. A personalização será trabalhada a partir dos materiais sugeridos por você, não por ele! Isso delimita a criação do cliente e concentra a produção em materiais que você já tem previstos no estoque. Este produto poderá ter um valor diferente do produto pronta entrega
3. Produtos sob encomenda: neste caso são produtos que poderão ser encomendados do zero a partir de um modelo já executado, mas o cliente cria/customiza exatamente como quiser. Neste caso, o produto poderá ter um valor diferenciado do produto personalizado pois você estará investindo muito mais horas e esforços para o desenvolvimento da peça, que é única!
Esperamos ter ajudado com as sugestões acima! Devemos sempre ficar atentas ao que não traz rentabilidade ou a processos que “emperram” e dificultam a produção. Muitas vezes pequenas atitudes mudam a dinâmica comercial e trazem mais rentabilidade ao seu negócio criativo. É necessário estar atenta e saber se planejar.
Dúvidas? Sugestões?
Você tem mais dicas para a artesã solucionar o seu problema? Está passando pela mesma situação e quer compartilhar alguma coisa? Esse espaço é seu, aproveite e boas vendas!