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Cooperativas – uma saída para exportar artesanato, por Zilda Mendes

Já é sabido que hoje os artesãos brasileiros podem colocar suas obras no mercado externo sem muitas dificuldades, bastando seguir as normas e regras estabelecidas pelas instituições governamentais. Talvez, para os amantes das artes, estas exigências sejam desestimulantes, por serem demasiadamente burocráticas, o que não tem nada a ver com os ideais destes artistas. Daí, muitos deles desistem de expressar sua arte em outros países ou ainda nem cogitam esta possibilidade.

Mas, para aqueles que não querem se aventurar sozinhos em novos mercados ou não se sentem preparados para isto, há uma forma bastante antiga e interessante e que dá muito certo: a formação de cooperativas de artesãos. Há registros que indicam que a primeira cooperativa foi criada em Rochdale, na Inglaterra, em 1844, e o seu modelo é seguido até hoje.

E, para a alegria de muitos, o governo brasileiro e diversas instituições não governamentais apoiam e estimulam a formação de cooperativas de artesãos, adotando programas de orientação e gestão de comércio exterior.

Fazer parte de uma cooperativa é saber que o trabalho será feito em conjunto e, desta forma, atingir os objetivos de vendas em outros mercados fica muito mais fácil. A formação de uma cooperativa tem caráter puramente econômico, ou seja, as ações desenvolvidas por seus cooperados estão todas voltadas à viabilização de negócios de seus integrantes junto aos mercados em que pretendem atuar.

A formação de uma cooperativa certamente melhora a capacidade dos cooperados de atender aos pedidos de seus clientes, possibilitando o aumento de ganhos. O trabalho em conjunto, que conta com a ajuda das cooperativas para a obtenção de descontos na compra de materiais usados na produção, reduz os gastos com transportes e armazenamento, diminui custos com propagandas e promoções para divulgar o artesanato brasileiro no exterior, entre outras coisas.

Mas, como montar uma cooperativa de artesanato? Primeiramente, é preciso saber que foram criados princípios do cooperativismo, que devem ser tomados como base para a criação e funcionamento de uma cooperativa. Segundo o Sebrae (MG), esses princípios orientadores para a formação deste tipo de instituição são aceitos globalmente e a sua “formulação mais recente estabelecida pela Aliança Cooperativa Internacional data de 1995”. São sete, estes princípios: adesão voluntária e livre; gestão democrática pelos membros; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação; e interesse pela comunidade.

Conhecendo estes princípios, os cooperados deverão se organizar e tomar as decisões para a criação de sua cooperativa. Antes da sua formalização oficial, são sugeridos alguns momentos em que os cooperados deverão se reunir para que informações sejam passadas sobre o funcionamento da cooperativa, sensibilizando as pessoas e aprofundando a discussão sobre cooperativismo, verificando as possibilidades que eles têm para constituírem e manterem uma cooperativa. A presença de profissionais qualificados e com experiência na formação de cooperativas é essencial, pois com conhecimentos técnicos e práticos, as dúvidas dos cooperados poderão ser esclarecidas trazendo maior conforto para a adesão ou não à formação da cooperativa.

Após esta fase, uma vez verificados e analisados os riscos e oportunidades, os cooperados deverão desenvolver o estatuto da cooperativa, contendo os seus objetivos, metas, valores e os membros que formarão sua diretoria. A fase seguinte é a realização da “Assembleia Geral de Constituição”, momento em que será eleita a diretoria da cooperativa e aprovado o seu estatuto. A ata da assembleia e a documentação necessária deverão ser encaminhadas para registros na Junta Comercial e entidades de classe de cada Estado. Devidamente constituída e com os registros feitos, dá-se início às atividades da cooperativa, de acordo com o que foi definido por seus cooperados.

Outra forma dos artesãos se organizarem para exportar em conjunto é a formação dos Consórcios de Exportação, assunto este que será tratado oportunamente.

Zilda Mendes – Professora mestre universitária, pesquisadora na área de negócios internacionais, autora do livro “Negócios Internacionais e suas aplicações no Brasil”, da editora Almeida, 2011.

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(Fonte imagem: sxc.hu)

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