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O que mudou em 5 anos de artesanato e crafts

Enquanto o Elo7 apaga cinco velinhas, a gente olha para trás e a nossa volta e tenta ver o quanto o cenário do craft mudou nestes últimos anos! Sim, pois cinco anos são meia década. Hoje em dia, graças a Internet e a facilidade de acesso a informação, as mudanças ocorrem muito mais rápido. A própria Internet mudou muito. Quem lembra quando há cinco anos atrás as artesãs brasileiras invadiram o Flickr? Aquele site de compartilhamento de fotos e, na falta de um site de vendas de produtos artesanais, começavam a fazer vendas por lá mesmo? Foi bem nesta época que surgiu o Elo7, como opção  para quem queria montar uma loja profissional  com toda a administração e pagamentos integradas. Muita gente se profissionalizou de lá pra cá.

Quem viveu estes cinco anos acompanhando de perto o cenário artesanal sabe que a mudança aconteceu não só nos produtos mas também nas técnicas. Quem admira a criatividade praticada entre linhas, agulhas e até mouses (porque a web tem tudo a ver com isso!), deve sorrir tanto quanto nós ao ver toda essa movimentação!

Vamos ver juntos alguns pontos que foram alinhavados neste caminho?

As mesmas técnicas com novos usos!

Os pontos de bordado continuam o mesmos, mas a entretela….quanta diferença! Se antes o ponto cruz, era praticado apenas para decorar barras de toalha ou  enxovais para casa e bebê, hoje o bordado está nas superfícies mais inusitadas, chegando até às peneiras! Crafters têm buscado dar cara nova à arte manual do bordado e levam até mesmo técnicas tradicionais à decoração de joias – veja as peças da designer Corina Rietveld. Outro movimento contemporâneo que traz a técnica para o dia-a-dia é a nova onda de cases de iPhone com desenhos bordados manualmente. Não é uma prova da importância do analógico e do manual em tempos altamente digitais?

Melhores amigas: internet e vida criativa, influência com via de mão dupla!

Quando a gente pensava em aprender uma nova técnica há poucos anos atrás, folhear revistas nas bancas ou dicas de conhecidos que já praticam a técnica eram as soluções. Agora, qual a sua primeira iniciativa? Corre para um tutorial em video ou post na internet! Se concordou com a cabeça e está aqui trocando ideias em rede, já está antenada à nova forma de propagar criações: via web. As modinhas e tendências que surgem nas redes sociais rapidamente vão parar nos tecidos que por sua vez, vão ainda mais rápido gerar cliques. A comunidade formada em torno do artesanato gera amizades, influencia quem cria e traz pra vida real assuntos que começaram no virtual. Estamos certas que alguém aí já pensou em criar em casa um PAP que viu sendo comentado em um perfil de uma amiga… É por aí que as técnicas vêm sendo compartilhadas e o craft ganhado força e profissionalismo!

Quem vivencia essa nova fase e viu de pertinho tudo isso ganhar importância, é nossa colaboradora e crafter-empreendedora Lu Gastal, que conta sua experiência:

“Em época onde sequer se ouvia o termo “redes sociais”, o flickr (rede social que compartilha álbuns de fotos) já agregava mulheres de todo país, mostrando o que era produzido com criatividade pelos 4 cantos do Brasil. Havia campanhas surgindo quatro anos atrás como o “buy handmade”, lançada pelo Superziper (blog de discussões craft), e o mercado nacional já se ligava no fato de que presentes artesanais têm um valor incomparável aos industrializados – eram únicos, diferentes. O “feito a mão”  aos poucos começava a ser observado com qualidade, e os crafters e artesãos como profissionais de verdade.”

Costura: novo público, novas formas de ensinar e aprender e projetos para o dia-a-dia.

Se os grupos e amizades em torno do craft foram crescendo na internet e mudando o seu perfil, no mundo real, a coisa não foi diferente. Grupos e encontros de costura e outras técnicas surgiram e os ateliês ganharam público e aulas novos. O Ateliê Rainhas da Costura que propõe a costura acessível e prática para turmas de idades e objetivos diferentes é só um exemplo que se destaca em São Paulo e já é comentado até em mídias tradicionais. Já no planalto central, tem também o Ateliê Basile que proporciona momentos agradáveis com direito a brinde e cupcake a turmas sorridentes aos sábados e chá das cinco. É o craft atraindo como hobby e profissão!

Movimentos manuais saem às ruas!

Já levantamos a bandeira das manifestações crafts recentes por aqui. Quem leu sobre o projeto #13pompons da Leti Matos? Materiais antes mais restritos a tardes frias com chá ou a armarinhos já podem ser vistos em praças e ruas. São movimentos como a Tricotarde, o projeto Florindo e outras rodas de crochê e intervenções artesanais pelas cidades que têm mostrado como a arte integra e diverte as pessoas. Vale a pena conhecer cada um deles se ainda não se familiarizou com o assunto. ;)

Se chegou até o fim do post pensando em como o craft também esteve presente em sua vida nos últimos cinco anos, conte para nós a sua experiência! Vamos pegar um café para casear o papo!

Imagens: Especiário, Koki, Ateliê Rainhas da Costura, Meia Tigela, Joaninha Chic, Tricotarde, SuperZiper

Com antena ligada para novidades e tendências 7 dias por semana, paulistana vivendo em Ilhabela, é produtora de conteúdo criativo freelancer há seis anos, formada em Publicidade e Propaganda na ECA-USP, com especialidade em mídias digitais pela FGV. Autora do blog Colacorelinha , redatora do Blog do Elo7, gerenciadora de marcas na web e fã convicta de suculentas e sua força.

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