Um incentivo à valorização do trabalho artesanal no Brasil
*Artigo escrito por Sabrina Vianna e Daniele Matos, da Matrioska Brazil Acessórios
Mas isso precisa mudar, pois sabemos que o artesanato é algo exclusivo, raro, que demanda grande tempo e dedicação por parte do artesão, ao contrário do que ocorre com os produtos industrializados que são feitos em grande escala, não possuindo a mesma beleza de um produto feito à mão.
Assim, a valorização deve partir primeiro do artesão através da formação de preço, já que é a pessoa mais indicada para definir o quanto foi trabalhoso e custoso para se fazer aquela determinada peça, devendo também deixar de lado a tentação em baixar demais o preço, em decorrência dos outros artesãos que não são conscientes com relação ao valor de seu trabalho.
O que acontece quando um artesão desvaloriza o seu trabalho é um terrível ciclo vicioso, em que o outro artesão que vende peças parecidas também desvaloriza para competir nas vendas e nisso, os consumidores também acabam por pechinchar mais e mais por acreditarem que aquele produto possui pouco valor.
Então, é preciso calcular corretamente as despesas, mão de obra, tempo gasto, lucro pretendido, entre outros elementos para se chegar a um preço justo. E pode ter certeza que os motivos pelos quais farão um consumidor comprar a sua peça serão a beleza, a qualidade e o talento despendido.
Vamos valorizar o trabalho artesanal, as nossas horas de sono perdidas, o tempo gasto com a mão na massa! Sejamos todos artesãos verdadeiramente profissionais!
E é nesse sentido, para auxiliar aos artesãos que têm dúvidas com relação a como colocar preço em seu trabalho e tomando por base uma pesquisa feita através da Internet que deixareremos duas sugestões:
Opção 1: É bem simples essa fórmula, mas pode o preço final ficar um pouco fora do mercado, mas serve para ter uma idéia – Despesas gerais (com material, mão de obra, transporte…) multiplicado por 3 para venda no varejo e multiplicado por 2 ou 2,5 para o atacado.
Se for utilizar vendedor externo, pode-se acrescentar 20% do valor que é a média paga pelos artesãos como comissão.
Ex: Despesas gerais = R$ 7,00 x 3 = 21 + 20%(R$ 4,20) = R$ 25,20
Opção 2: É mais detalhada e por isso dá uma melhor formação de preço – Primeiro, somar as despesas com material do produto, depois pegar o valor e adicionar o custo da mão de obra (o custo da mão de obra deve ser calculado levando em consideração as horas trabalhadas), não esquecer de estipular e adicionar o custo fixo (esse custo fixo eu chamo de luz, embalagem, etiqueta, estacionamento ou ônibus, entre outros que você pode dar um valor fixo para adicionar sempre),acrescentar o lucro pretendido (quanto você pretende ganhar com a venda para sua remuneração e para compra de futuros materiais) e o valor final encontrado será o valor de venda. Se for utilizar vendedor externo, pode-se acrescentars 20% do valor que é a média paga pelos artesãos como comissão.
Ex: Despesas com material (R$ 5,00) + mão de obra (* 2horas = R$4,70) + custo fixo (R$ 2,00) + lucro (R$ 10,00) = R$ 21,70 + 20% (comissão de R$ 4,34) = R$ 26,04
*Foi tomado como base o salário mínimo para calcular a hora.
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