Dolorez Crochez: intervenção com arte

Para nosso bate-papo criativo do dia, trouxemos uma conversa especial e uma arte instigante que deve te inspirar também aí do outro lado! Acompanhe abaixo o lindo trabalho e história da Karen Bazzeo, artista que comanda a DoloreZ CrocheZ.

Conte pra nós como a técnica do crochê entrou em sua vida.

Sou formada em design editorial e trabalhei na área por aproximadamente 9 anos.  Depois de cerca de 2 anos em SP, trabalhando como designer (sou de Bauru), entrei em algumas crises profissionais e passei a questionar muito meu modo de vida, de trabalho, onde e como gostaria de estar, de fato, trabalhando. Então senti a necessidade de procurar algo que me satisfizesse de alguma maneira, mesmo que fosse um hobby.

Foi quando comecei uma busca muito intuitiva e sutil. Quis resgatar algo que gostasse de fazer na minha infância, então me lembrei do crochê, que havia aprendido com minha mãe.  Aos poucos fui encontrando um caminho e no crochê uma forma de me expressar também. 

Graffiti: Felipe Primat + Crochet: DoloreZ CrocheZ. Instalado em Rua Artur de Azevedo x Rua Francisco Leitão – Pinheiros – São Paulo/SP

E a Dolorez Crochez, como surgiu?

O primeiro trabalho do Dolorez Crochez foi na rua. Comecei com pequenas intervenções e fui evoluindo o trabalho com algumas parcerias. Quando fiz o projeto de graffiti com os grafiteiros Felipe Primat e Julio Falaman, passei bastante tempo na rua, fazendo a instalação do trabalho e interagindo com as pessoas. A partir daí, meu gosto pelas instalações na cidade cresceu e comecei a espalhar frases, desenhos, coisas que me inspiravam de alguma maneira e que queria colocar para fora. Hoje em dia, a maioria dos meus trabalhos são relacionados a ocupação de espaços públicos, arte de guerrilha e empoderamento.

Como é levar o crochê para outras formas e locais, e fugir do lugar comum?

A rua é um contato direto e muito sensível que temos com as pessoas durante o processo. A experiência de poder conversar com todo tipo de pessoa que passa por ali é muito agregadora. Além disso, qualquer coisa pode inspirar: músicas, poesias, livros, textos que leio na internet, conversas com pessoas, olhares, histórias.

Trabalho instalado na Casa Jaya, Pinheiros – São Paulo/SP. “Que a liberdade seja nossa própria substância” Simone de Beauvoir.

Ultimamente, coisas que me revoltam também tem servido de inspiração. Nesses caso, eu tento não expressar com raiva ou de maneira negativa, e sim, de maneira positiva, justamente, negando o que fazemos muitas vezes por impulso. Infelizmente, nós vivemos numa sociedade onde é cultural agir de forma agressiva e violenta, insultar pra nos defender. Então eu tento fazer de modo oposto, mostrar o que acho importante de maneira positiva, para que as pessoas vejam que há outras maneiras de nos defender, deixando o ego e a raiva de lado, fazendo surgir uma coisa maior do que essas que revoltam. 

Para sentirem o clima das suas artes, acompanhem um dos vídeos de seu canal:

Conte um pouco sobre suas expectativas, próximos projetos, e metas para a Dolorez Crochez.

Meu projeto principal hoje é o “A rua é minha tela”, onde inspirada por músicas, poesias, pensamentos, entre outros, faço desenhos e frases e coloco nos muros dos lugares por onde passo. Tenho desenvolvido diversas peças para instalação mas que ainda estão aguardando pelo “muro perfeito”.

Também tenho ministrado oficinas, que unem o ensino da técnica do crochê com a vivência da prática de intervenções nas ruas com os participantes, além da roda de conversa, onde permeiam assuntos como: ocupação de espaço público, resgate do artesanato, crochê como arte contemporânea e empoderamento feminino. Acredito que essa vivência provoca aos participantes a sensação de apropriação e torna-os mais pertencentes ao espaço ocupado.

Além disso, tenho trabalhado com o blog  e fanpage onde tenho me dedicado bastante a falar sobre minhas experiências, instalações, vídeos, fotos, entrevistas com pessoas que me inspiram, meu dia a dia, processo de criação, transição de trabalho convencional pro trabalho que amo fazer, etc.

É ou não inspirador perceber esse amor pela arte e sua expressão? Agradecemos a participação e fica o convite para passearem pelas ruas de SP em busca das criações da Dolorez.

E você também é encantada pela técnica do crochê? Encontre peças aqui.

Foto de destaque: Lucas Hirai e imagens do site da artista
Marcela Stump

Com antena ligada para novidades e tendências 7 dias por semana, paulistana vivendo em Ilhabela, é produtora de conteúdo criativo freelancer há seis anos, formada em Publicidade e Propaganda na ECA-USP, com especialidade em mídias digitais pela FGV. Autora do blog Colacorelinha , redatora do Blog do Elo7, gerenciadora de marcas na web e fã convicta de suculentas e sua força.

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