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Entrevista com Carla Pianchão

Como tudo começou?

Estudei em escola de freiras, fiz magistério, uma das matérias era Artes onde a gente aprendia vários tipos de trabalhos manuais, como crochê, tricô, ponto cruz e outros. Fazíamos peças inteiras, valendo nota. Tinha amigas que sofriam para completar os trabalhos, e eu descobri exatamente naquele momento o prazer que eu sentia.

Quanto do seu tempo você se dedica ao artesanato?

Sou muito disciplinada. Aliás, tem que ser assim quando trabalhamos em casa. Acordo muito cedo, as 5 da manhã, tenho dois filhos, o João de 13 anos que estuda de manhã e a Maria de oito anos que estuda a tarde. Pela manhã dou uma organizada na casa, oriento a Maria nos deveres de casa, e à tarde fico por conta do artesanato e do meu filho de 13 anos que já não precisa tanto de mim nas tarefas da escola. Quando tenho encomenda ou quando acontece algum imprevisto entro pela noite a fora.

Artesanato é hobby ou algo mais?

Artesanato pra mim é trabalho, que por sorte minha me dá muito prazer. O artesanato pra mim é uma fonte de renda. O stress é inevitável, e para aliviar vale até uma caminhada.

Quais são suas habilidades e especialidades?

Tenho muita facilidade em trabalhos com as mãos. Faço crochê, bordo, pinto, costuro. Minha especialidade hoje é o patchwork. Os trabalhos com tecidos e com cores fortes são os que mais me dão prazer. Uso basicamente tecidos e linhas e como equipamento uso máquinas de costura.

Onde você busca inspiração e conhecimento?

Acho que em tudo que vejo. Pesquiso muito, assisto desfiles pela televisão e pela net. Vejo muitas revistas, livros, vitrines, enfim tudo que meus olhos alcançam.

Fale um pouco sobre seu modo de trabalhar e sobre os produtos que você faz.

Minhas bolsas são 100% artesanais e eu faço questão de conservar isso. Evito usar zíper, tecidos sintéticos, abuso do feito a mão, do algodão…Porque isso? Se eu começar a trabalhar com couro, zíper, fivelas, vão me comparar com fábricas e eu não tenho essa pretensão. Quero crescer, mas ao invés de ter muitas máquinas funcionando, quero ter muitas pessoas, bordando e quiltando à mão. Tenho conciência de que minhas bolsas combinam com jeans, tênis e camiseta branca, não são bolsas para usar em festas nem bolsas para grandes eventos. São bolsas grandes despojadas, para a mulher que trabalha, que leva as crianças na escola, que resolve muitas coisas ao mesmo tempo. São bolsas esportes. Faço também bolsas pequenas para saidinhas rápidas, um churrasco, um cinema, uma visitinha. E faço também bolsinhas de costura e de bijus que são mimos, coloridas, com muito frufu. Um presente que com certeza marca presença. Faço artesanato. Faço arte. Crio. Invento. Faço ponto por ponto. Às vezes penso em uma flor e acabo fazendo um gato e às vezes penso em um gato e faço uma flor. Quero ter tempo para a rendinha, a miçanguinha, um detalhe aqui outro ali. Às vezes sei pra quem vai, aí faço cada pedacinho pensando naquela pessoa, ou imaginando quando não conheço. Faço com amor, com prazer, sem pressa. Não corto várias ao mesmo tempo, não faço várias aplicações ao mesmo tempo. Faço uma por uma. Por este motivo tenho muita dificuldade em fazer duas peças iguais. Tento aproximar, sem fazer deste momento um sofrimento. É assim que sei trabalhar. Prezo o acabamento. Por tudo isso espero e quero que todas as pessoas que prestigiam meu trabalho, o que muito me emociona e me faz feliz, entendam todo este processo, para que possam compreender que nem sempre posso precisar exatamente o tempo que vou gastar. Mas com certeza não me esquecerei de ninguém.

Como é o seu cantinho de criações?

Meu atelier hoje funciona onde era minha copa… ou sala de jantar. O meu cantinho é como um filho: ele não nasceu grande, nem pronto. Ele foi crescendo, tomando forma e levou um bom tempo pra chegar no jeito que está hoje. Fui me adaptando, mudando, acrescentando objetos e enfeites até ficar aconchegante e agradável. Passo a maior parte do meu dia nele. Alem de todo o meu material de trabalho, minhas máquinas, meu computador, tenho também um pedacinho que reservei pra minhas crenças, porque é no meu cantinho que eu converso com Deus. Quem for me visitar vai encontrar muitos mimos, muita cor e muito amor transbordando em cada pedacinho dele.

Eu trabalho sozinha. Tenho muitos amigos artesãos. Tenho uma irmã, Jaqueline Pianchão, responsável pela marca Jakie Nécessaire, que trabalha com artesanato há 20 anos. Ela fabrica todo tipo de nécessaire em courino. Apesar do nosso trabalho ser muito diferente, a começar pela matéria prima usada, estamos sempre juntas, trocando informações e experiências.

Quais características você considera essenciais para considerar o resultado final como um bom trabalho?

Preso muito o acabamento. Pra mim, o tecido do forro tem que ser tão bom quanto o trabalho da frente da bolsa. Tenho que olhar e não sentir falta de nada. Quando termino uma peça não gosto de ter a sensação de que foi só mais uma. Gosto de me sentir literalmente feliz com o resultado, e quando sei pra quem vai, tem que ter a cara do cliente. Sou exigente comigo mesma. Por isso sou exigente também com o trabalho dos outros, o acabamento pra mim é o mais importante. Se for um costura reta, tem que ser reta. Tenho olho clínico pra linhas penduradas e bolsos tortos. Claro que às vezes passa um ou outro defeitinho, mas fico procurando e sempre acho. rsrs

Quais os desafios e dificuldades de se atuar no mercado de produtos feitos a mão?

O maior desafio e a maior dificuldade são fazer com que as pessoas enxerguem o artesão como profissionais. Muitas portas têm se aberto. Hoje temos mais oportunidades, além de cursos para aprender ou aprimorar um dom temos cursos para aprendermos como se vende. Temos lojas como o Elo7 que se empenha em divulgar nossos trabalhos e mais importante que isso, que acredita em nosso trabalho.

Fale um pouco sobre o IQS (Instituto de Qualidade Sustentável).

É o processo de auditoria pelo qual eu estou passando para ser certificada. O selo certifica a produção artesanal, ou seja, quem adquirir um produto certificado terá a garantia de ser um produto artesanal, e que ao ser produzido garante-se também a consciência social, ambiental e econômica. Todo esse processo pelo qual eu passei incluiu cursos, sobre como organizar melhor o meu ateliê de maneira funcional. Aprendi também a calcular preços, e criar uma políca de qualidades dentro dos princípios da sustentabilidade. Essa é a minha Política de Qualidade Sustentável:

Eu Carla Pianchão de Almeida, artesã responsável pela marca “Arte da Carla”, assumo o compromisso de administrar meu ateliê e minha produção artesanal dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável, de forma:

– Ambientalmente correta.

– Socialmente justa.

– Economicamente viável.

– Manter o ambiente sempre limpo, organizado e agradável para quem permanece nele ou para qualquer pessoa que por ele passe.

– Pesquisar materiais e tendências, buscando sempre aperfeiçoar a funcionalidade, a durabilidade e a aceitação do produto no mercado.

– Buscar junto aos clientes retorno e opinião sobre os produtos, estando sempre aberta a críticas e disposta a testar novas idéias.

– Respeitar o ambiente, evitando a poluição de todas as formas, e mantendo um bom relacionamento com a comunidade.

– Separar e/ou doar sobras de produtos que possam ser recicladas e ou reaproveitados.

– Buscar todo tipo de informação que possa acrescentar melhorias e melhor entendimento sobre os princípios do desenvolvimento sustentável.

“É um texto escrito na forma de documento expressando o comprometimento do produtor artesanal com os princípios do desenvolvimento sustentável. Em outras palavras, a Política de Qualidade Sustentável é uma declaração feita pelo produtor artesanal definindo os rumos e a filosofia a ser seguida pelo empreendimento artesanal em relação a sustentabilidade”.

(Carus Francisco T.M.Guimarães – Consultor do ICCAPE)

Como você vê o panorama do artesanato no Brasil de hoje?

Vejo com muito bons olhos. Muito diferente de 10 anos atrás. Vejo empresas patrocinando grandes projetos. Vejo associações fazendo parcerias para orientarem comunidades carentes sobre o trabalho de artesanato como meio de vida. Vejo portas se abrindo todos os dias para nós artesãos. Estilistas valorizando e utilizando o trabalho de artesão, colocando na passarela da moda trabalhos literalmente feitos à mão. Hoje temos muito mais acesso a informações não só de como fazer, mas pra quem vender e como vender. Empresas ensinando aos artesãos como calcular preço. Enfim pessoas acreditando que é possível viver de artesanato.

Há espaço para artesãos e produtos nanuais num mercado inundado de falsificações e pirataria?

Claro que há. O consumidor hoje está mais bem informado e mais exigente. É claro que a pirataria vai continuar aí. Há muitos fatores que envolvem este mercado. Cabe a quem fabrica melhorar mais a cada dia e dificultar de alguma forma as cópias grasseiras.

Qual o diferencial e o valor que o artesanato pode agregar?

Artesanato durante muito tempo foi visto como algo bonitinho e baratinho. Hoje não é mais assim. Vejo o meu trabalho, por exemplo, sem nenhuma modéstia, como arte, o diferencial é ser feito à mão. Por isso mesmo sendo inevitável usar máquinas, faço questão que uma boa parte do meu trabalho seja feito à mão.

Você vê alguma importância social no artesanato, no sentido de geração de trabalho e renda?

Claro que vejo. A partir do momento que portas se abrem para o artesão, ele cresce e automaticamente aumenta a sua produção. Quando isso acontece ele precisa de mais mão de obra e gera emprego. Muitas vezes na própria família. A gente vê famílias inteiras vivendo de artesanato.

Você vê perspectivas boas para o mercado de produtos feito à mão no nosso país?

Vejo. O processo pelo qual eu passei, visando a certificação de produção, abre muitas perspectivas boas. Estamos conquistando novos caminhos. Este processo e este selo fazem com que o consumidor olhe nossos trabalhos de forma diferente. Percebo hoje, que a maioria dos consumidores tem como primeira preocupação a qualidade, o acabamento e não o preço.

Você acha que é possível mesmo viver exclusivamente do artesanato?

Eu acredito que muitas pessoas vivam de artesanato e acredito sim que isso é possível. Mas é preciso considerar vários fatores. O maior desafio é a disciplina. Muitas pessoas encontram dificuldades em colocar um horário por estarem dentro de casa. Eu acho que este é o primeiro passo e a maior dificuldade. Dentro de casa recebemos visita, o vizinho chama, filhos, marido e a própria casa. É preciso estipular um horário para o artesanato e dizer pra pessoas, principalmente os familiares, que neste horário você vai estar ocupada. É preciso ter um dia para as compras, ter um canto para o seu trabalho, fazer cursos de aprimoramento, procurar se informar sobre o trabalho que faz, criando sempre um diferencial. Trabalhar muito em cima da divulgação e ser muito organizado. As oportunidades estão aí todos os dias. É preciso estar antenado e informado. Ler tudo que puder a respeito do seu trabalho, de artesanato, pesquisar.

Que dicas você daria a quem quer começar?

Nossa, acho tão complicado quando me perguntam isso… Na teoria poderia dizer: faça uma pesquisa sobre o que quer fazer, veja a aceitação no mercado, procure saber se existem mais pessoas fazendo, veja se tem o espaço necessário para fazer o que pretende, qual é o investimento inicial, e se terá condições de esperar tudo se concretizar para poder viver da sua arte. Na teoria parece tudo muito fácil. Mas não é bem assim. Na prática, 90% das pessoas que começam a fazer artesanato pretendem ganhar dinheiro e nem sempre podem esperar, se estruturar ou se informar primeiro. O meu conselho é o seguinte: faça, comece, faça o primeiro trabalho, se informe sobre como calcular o preço, peça ajuda, pergunte, ofereça o seu trabalho, preste atenção no que as pessoas vão dizer, nas observações, nos comentários sobre o preço, enfim, a cada trabalho tente melhorar. Esteja aberta à críticas. Uma dica que eu acho maravilhosa é: se tem vergonha de vender e principalmente de cobrar, coloque o seu produto em uma loja virtual, e só envie o seu produto após receber por ele.

Recomenda algum livro?

Ler é tudo de bom. Até pra você melhorar sua escrita, conversar melhor, o que vai fazer muita diferença em qualquer trabalho. Hoje existem livros maravilhosos sobre vários tipos de artesanato. Eu leio todos que posso sobre patchwork.

Por onde começar?

Pelo produto que vai fazer. Pelo que quer fazer, se possível pelo que te da prazer.

Que caminho deve ser seguido?

Se possível o caminho do sucesso, mas pra saber isso é preciso começar, colocar em prática. E às vezes se perceber que não era bem isso que queria, mudar. Por que não?

O que é preciso saber antes de começar?

Descobrir qual é o seu dom. Se descobrir que não tem dom nenhum, ou se acha que não tem dom nenhum, descubra o que quer fazer, e trabalhe esse seu lado. Vou dar um exemplo. Vou fazer vestibular para Belas Artes, e existe uma prova de habilidade que é desenho. Não sou muito boa em desenho. Vou fazer um curso de seis meses para lapidar esse meu lado.

Quais os cuidados tomar?

Não faça grandes investimentos antes de ter certeza que é isso mesmo que quer fazer.

Que atributos definem um bom artesão?

Alguns artesãos conseguem dar a sua cara no trabalho, são capazes de serem reconhecidos em qualquer lugar mesmo sem etiqueta. Acho que a gente consegue isso com o tempo, com a prática. Criar é um exercício, é preciso estar atento às tendências, estar sempre pesquisando e se informando.

Como você divulga seu trabalho?

Participo todos os anos da maior feira nacional de artesanato. Hoje tenho o flickr, que uso somente como vitrine, tenho um fotoblog e vocês do Elo7. Todos têm a sua importância. O flickr é quase um encontro com amigos, o fotoblog também uso como vitrine, um pouco mais pessoal, porque posso dar a minha cara. O Elo7 funciona literalmente como uma loja. Participo também de uma feira aqui em BH. Organizada pelo Instituto Centro CAPE, a Feira Nacional de Artesanato faz parte do Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Também está classificada como evento cultural, através da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.

Para que tipo de cliente você costuma vender?

O meu cliente procura arte, acabamento, presta atenção em detalhes, e valoriza o feito à mão. Acho que já disse aqui que a minha bolsa combina com tênis, jeans e camiseta branca, é uma bolsa grande, despojada, para pessoas com atitude, com coragem para assumir muita cor. É uma bolsa para a mulher que trabalha fora, leva crianças na escola, e gosta de ter tudo o que precisa sempre a mão. O meu cliente quer algo diferente.

Qual o melhor jeito de atender o cliente e qual a importância dele pra você?

Atendo meu cliente sem nenhum artifício e faço questão que eles me conheçam como realmente sou. Mostro que sou uma pessoa comum, que amo o que faço e principalmente eu mais do que ninguém valorizo o que faço. O cliente é tudo, por isso sou o mais sincera possível. Trato como gosto ser tratada.

Como você envia os produtos aos clientes? Você coloca alguma carta de agradecimento junto? Algum presente a mais na encomenda?

Não uso por enquanto nenhuma embalagem especial. Digo por enquanto porque estou providenciando uma embalagem personalizada. É um projeto. Coloco sim um cartão, um bilhetinho, e às vezes dependendo da proximidade um mimo.

>O que você faz para agradar o cliente para que ele compre novamente de você?

Busco um retorno. Ligo, passo um e-mail, procuro saber se a pessoa ficou satisfeita. Mas tenho recebido este retorno muitas vezes até antes de escrever. Trato meus clientes com muito carinho, atendo aos pedidos sem atraso, justifico se isso acontecer e procuro na medida do possível atender a alguns pedidos específicos de tecidos ou detalhes.

Você conhece algum lugar que pode ser considerado o lugar indispensável para quem faz artesanato? Um site, uma feira, uma cidade, uma loja, etc?

Não. Acho que chega uma hora que o que importa é o produto. Não gosto de colocar meu produto em lugares que não tenham a ver com ele. Eu também escolho. Acho que a loja, a feira ou site tem que estar preparado e estruturado para receber um produto artesanal.

O que acha indispensável para o artesão?

Sem sombra de dúvida trabalhar fazendo o que realmente gosta. Vejo pessoas que dizem: vou fazer isso porque fulano esta ganhando dinheiro. Com certeza este não é um artesão que vai conseguir dar continuidade naquilo que faz.

Você acha que a internet pode ajudar na divulgação do seu trabalho?

Claro, o número de pessoas que acessam todos os dias a internet a procura de produtos é enorme. Com o recurso da busca e tags as pessoas encontram com muita facilidade aquilo que querem.

As regras de uso de alguns sites não permitem a divulgação e comercialização de produtos, mas ainda assim são usados sob risco de se ter à conta apagada. O você acha do flickr e orkut? São bons lugares para divulgar? Quais as vantagens? Quais os problemas?

Regras são regras. Foram feitas para serem seguidas e as pessoas insistem em não ler e em acham que podem burlar ou dar um jeitinho. Tenho uma conta no flickr e faço com que minha página pareça um álbum de fotos, porque acho que esta é a proposta. E que vale a pena, porque é um lugar muito visitado. Sobre o orkut, não posso falar muito, sou nova por lá e ainda não tive muito tempo de ver direito como funciona. Os problemas são inevitáveis, fazem parte do mundo virtual. É preciso estar atenta e usar os recursos de que dispomos para evitar cópias de trabalhos de fotos, mas acho que este é um risco que todos nós corremos. É preciso tomar cuidados, ficar atenta.

Você acredita que ferramentas como Elo7 podem contribuir?

Claro que acredito, por isso estou lá. Mas acho que as pessoas ainda têm muito medo de comprar pela net. Muitas pessoas entram em contato comigo e aí percebo que elas ficam um pouco mais tranqüilas. Por isso o contato com o cliente mesmo que seja pelo telefone ou e-mail e muito importante. É a oportunidade que temos de tranqüiliza-lo e efetuar a venda.

Fale um pouco sobre você.

Adoro plantas, adoro o cheiro da terra. Quando não estou no meu ateliê estou com elas. Sou de capricórnio, signo da terra. Não tenho muito espaço em minha casa mas dou sempre um jeitinho de ter um vasinho aqui e outro ali. Viajar eu adoro, não é sempre que posso. Conheço quase todo o nordeste, minha paixão. Livros eu adoro, e indico O caçador de Pipas, imperdível. Filme, Colcha de retalhos. Música, Começar de Novo (Ivan Lins / Vitor Martins). Não vivo sem amor, sem meus filhos, sem minhas plantas, sem meu artesanato, sem carinho. Depois de cinco anos de tratamento tive o João Igor, que hoje tem 13 anos, e a Maria Eduarda de oito anos. Não tenho bichos de estimação. Hoje convivo só com os passarinhos e muito beija flor, me visitam todas as manhãs… Sinto-me muito feliz por que depois de muita luta estou conseguindo viver de artesanato. Minha única tristeza é minha mãe não estar mais aqui pra ver, nem meu pai. Tenho dois filhos lindos que são frutos da minha persistência e da minha crença em Deus, tenho um marido que ainda não acredita que é possível viver de arte, mas tenho esperança de fazer com que ele mude este pensamento. Tenho sonhos e muitos projetos. Acredito no amor, e até que me provem o contrário acredito em todo mundo.

Sobre Elo7

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